A Questão do Estado
Questão Central de cada Revolução
Álvaro Cunhal
Novembro de 1967
Primeira Edição: Revista «O Militante», nº 152, novembro de
1967
«(...) Nada tem a ver com o marxismo-leninismo a opinião anarquizante segundo a qual
é indiferente à classe operária que o poder da burguesia se exerça num regime
parlamentar ou numa ditadura fascista, uma vez que num caso e noutro se trata de
capitalismo. A repressão e o terror são utilizados precisamente para impedir o
desenvolvimento da sua organização e da sua luta, para aniquilar os seus
quadros, para cortar o caminho à revolução socialista. Enquanto subsistir o
capitalismo, o proletariado está interessado em lutar para que a ditadura da
burguesia se exerça através de formas o mais democráticas possível, pois estas
não só são as que menos sofrimentos lhe acarretam, como são aquelas que melhor
lhe permitem defender os seus direitos, forjar a sua unidade, reforçar as suas
organizações, limitar e enfraquecer o poder dos monopólios, ganhar as massas
para a causa da revolução socialista. Nesse sentido se afirma que a luta pela
democracia é parte constitutiva da luta pelo socialismo.
Nada tem também a ver com o marxismo-leninismo a posição de alguns «ultra-revolucionários» ao afirmarem que, nas condições do Portugal de hoje, a
instauração das liberdades democráticas, se não fosse acompanhada pela conquista
do poder pelo proletariado, seria ainda pior que a ditadura fascista, uma vez
que representaria a consolidação do poder da burguesia, cuja crise se agrava nas
condições do fascismo. (...)»
a incluir no
4º volume das OBRAS ESCOLHIDAS,
a editar no âmbito das comemorações
do centenário
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