Da intervenção de Jerónimo de Sousa, que merece ser toda lida e reflectida, retira-se este trecho:
« ... Álvaro Cunhal, não é apenas fonte de inspiração, de ensinamento, de exemplo que
nos mobiliza e referencial teórico para os combates que hão-de vir, é mais do
que isso, é um combatente que nos acompanha com a sua opinião e análise muito
concretas de resposta a problemas reais do nosso país e do nosso povo e no
rasgar de novos horizontes para Portugal, hoje tão necessários para libertar o
país do rumo para o declínio e de uma vergonhosa sujeição e dependência a que a
política de direita, de recuperação capitalista e latifundista, conduziu e
continua a conduzir o país.
As comemorações que agora se abrem não visam promover qualquer culto da
personalidade. Culto que Álvaro Cunhal sempre combateu e ao qual dedicou em o
“Partido com Paredes de Vidro” avisadas palavras quer sobre o fenómeno da
deificação dos vivos, mas igualmente dos mortos e em relação aos quais, a
prestação de uma justa homenagem jamais se poderia traduzir numa
“desencorajadora subestimação do papel dos vivos” da sua luta e acção, aos quais
cumpre, como afirmava, com a sua “investigação, a análise e o espírito
criativo, o estudo e a interpretação dos novos fenómenos” que o devir da
sociedade sempre coloca.
Uma homenagem, portanto, não para incensar e endeusar – utilizando as suas
próprias palavras –, mas de reconhecimento do seu valor e para aprender com os
seus ensinamentos, o seu exemplo e que neste momento de mistificação e
generalizações grosseiras, pode e deve servir também para demonstrar que a política é uma actividade nobre e imprescindível na vida dos homens.
Uma homenagem que é indissociável da identificação de Álvaro Cunhal com o PCP
e o seu projecto. Temos afirmado que Álvaro Cunhal não era o que foi sem o PCP e
o PCP não seria o que é, com as suas características, sem o contributo de Álvaro
Cunhal.(...)».
No muito amplo salão da Faculdade de Medicina Dentária, verdadeiramente a "deitar por fora", teve lugar uma variada parte cultural - com Fausto Neves a tocar três peças de piano, com a Banda de Almada, com leitura de poemas, os Mineiros de Aljustrel, actuação do "Coro de Lopes Graça" e a participação da JCP - a servir de pano de fundo e de ligação para as intervenções, a já referida de Jerónimo de Sousa, de José Capucho e em nome da JCP.
Foi uma sessão de abertura digna, animada e, até, empolgante, correspondendo aos objectivos desta assinalação do centenário de Álvaro Cunhal. De luta e esperança, de cultura e convívio. Porque também houve tempo e espaço para rever amigos e camaradas, para conviver e marcar encontros para as próximas oportunidades, entre outras as ligadas ao centenário de Álvaro Cunhal. Todas mobilizadoras e de luta.
Uma sessao ä altura de Âlvaro Cunhal,e do PCP.A sua presenca,continua viva,em cada participante,em cada companheiro que se preocupa com a construcao de um mundo mais justo.
ResponderEliminarUm beijo
recordo a fuga de Alvaro Cunhal da cadeia de Peniche, era eu uma criança...
ResponderEliminarrecordo também que Humberto Delgado o ia visitar com frequencia e ficava alojado numa residencial que pertencia a uns familiares
Que pena eu não ter podido lá estar!!!
ResponderEliminarÁlvaro Cunhal estará sempre presente, ao lado dos companheiros que dão a sua enorme, firme e corajosa colaboração na luta do nosso glorioso PCP.
Álvaro Cunhal e este nosso PCP são indissociáveis.