«Álvaro Cunhal é uma personalidade marcante, em Portugal e no mundo.»
domingo, 20 de janeiro de 2013
Na sessão pública de abertura...
... Fausto Neves tocou esta peça (e fez um pequena e didáctica introdução)
de Fernando Lopes Graça, dedicada a Álvaro Cunhal nos 80 anos deste.
Foi muito bonito (e ainda terminou a sua intervenção com uma peça de Debussy, lembrando que Debussy era filho de um "communard", um homem da Comuna de Paris, de 1870)!
É preciso não esquecer e insistir que Fernando Lopes-Graça escrevia sem ter a possibilidade de ouvir as peças serem tocadas. Era o tempo do fascismo. Nós crescemos sem estudar/ouvir Lopes-Graça, quer seja no conservatório, na rádio clássica, ou em concerto. É o tempo que interdita à formação cultural. Por isso é comum dizerem-me que Lopes-Graça é difícl. Por estes e outros motivos é magnífico termos esta peça aqui ao dipôr para a ouvirmos, a entendermos, a interiorizarmos e a darmos a conhecer. Procurarmos na melodia os acordes d'"A Internacional" a celebrizarem a vida do Álvaro. Na gravação fazem falta as palavras de Fausto Neves mas mais falta fazia não termos esta peça aqui. O Graça iniciou em 1964 a escrita das (suponho) pouco mais de duas dezenas de "Peças Festivas", que oferecia a amigos e familiares. Há as pequeninas dadas nos aniversários de crianças e há as outras maiores. Penso que ainda não estão todas localizadas e que seja por isso que só algumas estão gravadas. Quando entrámos no auditório disse aos camaradas com quem estava que era excelente se o piano que estava no palco fosse para o Fausto Neves tocar e mais excelente ainda se trouxesse a "Peça Festiva para os 80 anos do Álvaro". Dito e feito. A última das vezes que vi Fausto Neves tocar foi noutra homenagem onde levou outra "Peça Festiva" que o Graça também dedicou a outro homem imprescindível. Obrigada ao Fausto Neves pelo repertório! Obrigada, Sérgio Ribeiro!
Linda esta peça.Transmite sentimentos de coragem, força, luta mas também alegria. Não sei como se ensina música, hoje. Mas é uma pena que nos planos curriculares do ensino não se dê maior relevo à música logo a partir dos primeiros anos de escolaridade.Julgo que as crianças , ao crescer e tornando-se adultos,ficariam mais sensíveis ao sentido e beleza da boa música e a sua própria personalidade também algo teria a ganhar.
E eu que fui dos que há uns anos disse à Ana Alves Miguel que a música de Fernando Lopes-Graça era difícil ouvi o raspanete que "difícil é a transformação do mundo e nem por isso dela desistimos". E na sua casa num encontro dedicado ao Lopes-Graça, que reuniu camaradas e amigos ouvi entre outros o CD "Viagens na minha terra" e nunca mais me separei da sua música. Está lá tudo: o povo, as romarias, as festas populares, o trabalho, a beleza e a sabedoria que tão bem caracterizam as composições do Graça. E no sábado ensinou-me que a acústica era deficiente e o piano não permitia ouvir a leitura do Fausto Neves. A mim, que já passei os oitenta e até para escrever esta mensagem preciso de ajuda.
Partilho este artigo sobre a sessão pública de abertura das cerimónias do centésimo aniversário de Álvaro Cunhal.
ResponderEliminarDeixo o meu abraço!
Os espíritos superiores encontram-se em permanência.
ResponderEliminarBem me parecia que o Debussy tinha um "problema" qualquer... :-) :-)
ResponderEliminarAbraço.
É preciso não esquecer e insistir que Fernando Lopes-Graça escrevia sem ter a possibilidade de ouvir as peças serem tocadas. Era o tempo do fascismo.
ResponderEliminarNós crescemos sem estudar/ouvir Lopes-Graça, quer seja no conservatório, na rádio clássica, ou em concerto. É o tempo que interdita à formação cultural. Por isso é comum dizerem-me que Lopes-Graça é difícl.
Por estes e outros motivos é magnífico termos esta peça aqui ao dipôr para a ouvirmos, a entendermos, a interiorizarmos e a darmos a conhecer. Procurarmos na melodia os acordes d'"A Internacional" a celebrizarem a vida do Álvaro. Na gravação fazem falta as palavras de Fausto Neves mas mais falta fazia não termos esta peça aqui.
O Graça iniciou em 1964 a escrita das (suponho) pouco mais de duas dezenas de "Peças Festivas", que oferecia a amigos e familiares. Há as pequeninas dadas nos aniversários de crianças e há as outras maiores. Penso que ainda não estão todas localizadas e que seja por isso que só algumas estão gravadas.
Quando entrámos no auditório disse aos camaradas com quem estava que era excelente se o piano que estava no palco fosse para o Fausto Neves tocar e mais excelente ainda se trouxesse a "Peça Festiva para os 80 anos do Álvaro". Dito e feito. A última das vezes que vi Fausto Neves tocar foi noutra homenagem onde levou outra "Peça Festiva" que o Graça também dedicou a outro homem imprescindível.
Obrigada ao Fausto Neves pelo repertório! Obrigada, Sérgio Ribeiro!
Linda esta peça.Transmite sentimentos de coragem, força, luta mas também alegria.
ResponderEliminarNão sei como se ensina música, hoje. Mas é uma pena que nos planos curriculares do ensino não se dê maior relevo à música logo a partir dos primeiros anos de escolaridade.Julgo que as crianças , ao crescer e tornando-se adultos,ficariam mais sensíveis ao sentido e beleza da boa música e a sua própria personalidade também algo teria a ganhar.
E eu que fui dos que há uns anos disse à Ana Alves Miguel que a música de Fernando Lopes-Graça era difícil ouvi o raspanete que "difícil é a transformação do mundo e nem por isso dela desistimos". E na sua casa num encontro dedicado ao Lopes-Graça, que reuniu camaradas e amigos ouvi entre outros o CD "Viagens na minha terra" e nunca mais me separei da sua música. Está lá tudo: o povo, as romarias, as festas populares, o trabalho, a beleza e a sabedoria que tão bem caracterizam as composições do Graça. E no sábado ensinou-me que a acústica era deficiente e o piano não permitia ouvir a leitura do Fausto Neves. A mim, que já passei os oitenta e até para escrever esta mensagem preciso de ajuda.
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