Álvaro Cunhal
Tiveram início neste passado sábado as comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, líder histórico do Partido Comunista Português, e figura cimeira do movimento comunista ao nível mundial. Como se pôde ver à saciedade, ao tempo e ao redor do seu funeral, Álvaro Cunhal de há muito havia conquistado um lugar cimeiro no imaginário coletivo português.
São três, em minha opinião, os meios para se poder aferir o que foi o papel histórico-político de Álvaro Cunhal: as obras que escreveu, mas que requerem já algum conhecimento da História e da Filosofia Política; os discursos e intervenções políticas; e a obra de José Pacheco Pereira, em diversos volumes, e sobre cujo conteúdo nunca Álvaro Cunhal levantou um infinitésimo reparo. Para lá destes aspetos, há toda a sua obra literária, mas também a sua intervenção no domínio da pintura, por onde mostrou facetas que o colocam, inquestionavelmente, como uma personalidade complexa, muito completa, com um humanismo que só pode encontrar-se quando se está despido de preconceitos e se procura, de facto, esclarecer a verdade histórico-política. No fundo, o que o nosso embaixador, José Fernandes Fafe fez com Fidel Castro.
Disse Jerónimo de Sousa, neste passado sábado, que Álvaro Cunhal mostrou uma evidente perceção do desastre que viria por aí e que hoje está à vista de todos, por cá e por partes diversas do Mundo. Não sei, de facto, ao que se referia o líder comunista, mas recordo uma posição escrita de Álvaro Cunhal, ainda de antes da Revolução de 25 de Abril, e que corrobora a realidade ora referida por Jerónimo de Sousa e já também defendida por muitos intelectuais e estudiosos de todo o Mundo e de quadrantes políticos diversos: não servia ao PCP a democracia burguesa, porque ela seria um tempo de passagem e só serviria a grande burguesia.
São três, em minha opinião, os meios para se poder aferir o que foi o papel histórico-político de Álvaro Cunhal: as obras que escreveu, mas que requerem já algum conhecimento da História e da Filosofia Política; os discursos e intervenções políticas; e a obra de José Pacheco Pereira, em diversos volumes, e sobre cujo conteúdo nunca Álvaro Cunhal levantou um infinitésimo reparo. Para lá destes aspetos, há toda a sua obra literária, mas também a sua intervenção no domínio da pintura, por onde mostrou facetas que o colocam, inquestionavelmente, como uma personalidade complexa, muito completa, com um humanismo que só pode encontrar-se quando se está despido de preconceitos e se procura, de facto, esclarecer a verdade histórico-política. No fundo, o que o nosso embaixador, José Fernandes Fafe fez com Fidel Castro.
Disse Jerónimo de Sousa, neste passado sábado, que Álvaro Cunhal mostrou uma evidente perceção do desastre que viria por aí e que hoje está à vista de todos, por cá e por partes diversas do Mundo. Não sei, de facto, ao que se referia o líder comunista, mas recordo uma posição escrita de Álvaro Cunhal, ainda de antes da Revolução de 25 de Abril, e que corrobora a realidade ora referida por Jerónimo de Sousa e já também defendida por muitos intelectuais e estudiosos de todo o Mundo e de quadrantes políticos diversos: não servia ao PCP a democracia burguesa, porque ela seria um tempo de passagem e só serviria a grande burguesia.
Álvaro Cunhal conquistou um indiscutível e inapagável lugar no imaginário coletivo e na História de Portugal e do Mundo, aqui por via do papel que desempenhou durante o exílio. E por tudo isto, cujos contornos foi possível observar ao tempo do seu funeral, eu sempre defendi que os seus restos mortais deverão vir a ocupar um lugar no Panteão Nacional. Não será o único, mas um direito que também é de todos os portugueses realmente livres, intelectualmente honestos e com uma atitude cristão perante a vida.
HÉLIO BERNARDO LOPES escreve para o Notícias do Nordeste diariamente. É Autor de uma vasta obra que se distribui pelo texto jornalístico, pelo ensaio e pela ficção. Professor universitário, Humanista e matemático de formação, leccionou no ensino superior, tendo sido professor na Escola Superior de Polícia. Exerce a escrita diariamente, sendo colaborador de um considerável número de jornais regionais.
Publicado Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2013 | Por: Hélio Bernardo Lopes
Como ê bom e importante que se dë a conhecer as idêias de Âlvaro Cunhal.Decerto,que esta coluna,contribuiu para varrer preconceitos e
ResponderEliminarabrir novas janelas.