Assinala-se,
este ano, o 1º
centenário do nascimento de Álvaro Cunhal. Conhecido como um dos mais importantes
políticos do século XX português, é também um dos atores mais ativos no processo de
construção da vivência democrática nacional, do pós 25 de Abril.
Uma das suas facetas menos conhecidas é o gosto pela arte, nomeadamente
pela literatura e pelo desenho. Com o pseudónimo Manuel Tiago, assinou quase uma dezena de títulos de
ficção, com traços autobiográficos, que se enquadram no movimento neo-realista.
Cunhal foi um dos principais mentores desta corrente artística, sendo
conhecida, a este propósito, a polémica com José Régio.
A Biblioteca
dedica-lhe o evento Na última sexta-feira marcamos encontro com..., de
Abril, que terá lugar no dia
26, pelas 21,30h. A
figura de Cunhal, nomeadamente o a sua perspetiva estética e filosófica
quanto ao papel político da arte, será evocada pelo historiador Prof. Dr.
Manuel Loff. O nosso convidado é
professor associado da Universidade do Porto, integrando o Departamento de
História e Estudos Políticos e Internacionais. É investigador no
Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Dedica-se,
há mais de 20 anos, ao estudo do século XX, especialmente as ditaduras da
Era do Fascismo e os processos de construção social da memória da opressão ou
das experiências da sua superação. Doutorou-se no Instituto Universitário
Europeu (Florença). Colabora com várias universidades e centros de
investigação europeus e americanos. Assina, quinzenalmente, uma coluna de
opinião no jornal Público. No Átrio Principal da Biblioteca, estará
patente, a partir de 18 de Abril, uma pequena exposição sobre
Cunhal.
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Sublinha-se a importância e o significado desta iniciativa.
Pela iniciativa em si mesma, e contexto em que se enquadra; pelo convidado, pela sua qualidade profissional e postura cidadã; por José Régio estar ligado a uma das mais acesas polémicas que Álvaro Cunhal teve, em 1939 (com 25/26 anos), precisamente sobre arte, literatura e posições perante a política e a vida (se é que não se confundem...).
Como gostaríamos de poder estar presentes!
S.R.
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