Na carta para a Direcção do Partido, que Álvaro Cunhal escreveu e fez chegar (como?!), em 1952, há trechos que convidam/convocam à reflexão e à divulgação. No “post” que ontem se editou, há posições interessantes (e práticas) sobre a imprensa do Partido e, neste de hoje, retiram-se alguns excertos do ponto 3. Sectarismmo e oportunismo que estão, como tantos outros, entre os que não só se querem dar a conhecer como se retiram não fotocopiados das páginas das Obras Escolhidas (no caso, páginas 233/4 do Tomo II) mas transcritos para o computador, em trabalho de estudo e retenção, a procurar aprender, aprender sempre,… antes de os editar neste "blog":
«(…) não nos parecem correctos os termos em que é colocada na imprensa do Partido a questão das assinaturas de funcionários públicos em exposições apoiadas pelo Partido e pelo MND. Diz-se e insiste-se em que devem assinar mesmo sabendo que isso representará a sua demissão. Não será isto uma consigna sectária? Não afastará em vez de aproximar certas camadas da população da luta política pela paz? Não é verdade que, perante esse receio manifestado por funcionários públicos e outros indivíduos que temem (e com fundamento) perder o pão, o dever do Partido não é dizer-lhes: “Assinai, mesmo perdendo o pão”, mas encontrar formas de luta (legal, semilegal e ilegal) em que possam participar sem perder necessariamente o pão? Em O Militante diz-se muito justamente o seguinte: “É preciso ter-se muito em conta as condições de repressão e de terror fascista em que vivemos e em que é travada a BATALHA DA PAZ.” “Não comparar, não confundir as condições fascistas em que vivemos e em que é travada a luta pela paz com as condições em que vivem e travam a luta os partidários da Paz doutros países não fascistas.” Estas justíssimas palavras de O Militante devem estar sempre presentes na actividade prática do Partido e elas indicam não ser justa a forma como é colocada a questão das assinaturas dos funcionários públicos e outros vários empregados. No nosso país, em virtude da existência de um regime fascista, a questão do sectarismo e do oportunismo é em grande parte a questão da conjugação da actividade legal e ilegal. Mas contra o que é vulgar pensar-se, nem o sectarismo se manifesta apenas na actividade ilegal nem o oportunismo apenas na legal.
(…)»
Amanhã, publicar-se-á o parágrafo seguinte,
com que Álvaro Cunhal termina este ponto
da sua carta à direcção do Partido.
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