Colóquio sobre “A arte, o Artista e a Sociedade”, de Álvaro Cunhal
Teve lugar no café Milenário, praticamente lotado, um colóquio em torno da obra de Álvaro Cunhal “A arte, o artista e a sociedade”.A iniciativa contou com a presença do poeta e ensaísta Manuel Gusmão que fez uma abordagem ao ensaio de Álvaro Cunhal integrando-o na vasta e multifacetada produção intelectual – do romance à tradução, do ensaio à reflexão política – do histórico dirigente do PCP.
Segundo Manuel Gusmão, a obra “A arte, o artista e a sociedade” revela um Álvaro Cunhal profundamente envolvido e apaixonado pela criação artística e na qual o antigo dirigente comunista ultrapassa o “colete-de-forças” teórico que, na década de 50, as circunstâncias históricas lhe impunham, nomeadamente aquando da polémica questão da prevalência do «conteúdo» sobre a «forma» e dos entendimentos em torno do neo-realismo português. Na obra em causa, e segundo Manuel Gusmão, Cunhal revela capacidade de autocrítica e um pensamento, em relação à reflexão estética, que foi evoluindo com a experiência e com o tempo, sublinhando o postulado de que à criatividade artística deve ser dada liberdade total e absoluta.
Esta iniciativa, integrada nas comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, insere-se também nas actividades de dinamização cultural organizadas pela Comissão Concelhia de Guimarães do PCP, o que, segundo João Salgado, que falou em nome da Comissão Concelhia, marca, também, uma diferença substantiva do PCP em relação às outras forças partidárias locais e nacionais, que se limitam, em sua opinião, à aridez reflexiva e à gestão corriqueira dos “soundbites” mediáticos. A moderação do debate contou ainda com a participação de Torcato Ribeiro, vereador e candidato da CDU à Câmara Municipal de Guimarães.
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