«Álvaro Cunhal é uma personalidade marcante, em Portugal e no mundo

sexta-feira, 5 de julho de 2013

AROUCA


 

Sessão de abertura da exposição de Álvaro Cunhal



Esteve exposta no Museu Municipal de Arouca, de 21 a 28 de Junho, uma exposição sobre Álvaro Cunhal, exposição esta que, ao longo de 15 painéis, retrata a "vida, o pensamento e a luta" deste histórico dirigente comunista, apresentado como "exemplo que se projecta na actualidade e no futuro".
A sessão de abertura decorreu no passado dia 21 de Junho, às 21h30,  e contou com a participação de Joaquim Almeida da Silva, membro do Comité Central do PCP. A sessão foi apresentada por Francisco Gonçalves, responsável pela Comissão Concelhia de Arouca do PCP e candidato à Câmara Municipal de Arouca pela CDU.
Joaquim Almeida da Silva, após a projecção de um documentário sobre a vida do homenageado, sublinhou que a exposição é uma oportunidade de verificar momentos marcantes da vida de Álvaro Cunhal, designadamente da infância, juventude, clandestinidade, prisões, julgamentos, na Revolução de Abril, entre outros momentos, bem como aspectos essenciais da sua criação literária e plástica.
Que a leitura e o estudo da obra de Álvaro Cunhal sendo importantes para os militantes comunistas, é também indispensável para todos quantos queiram conhecer com verdade o que foi o fascismo, o que foi a resistência ao fascismo, o que foi a história do nosso país sob o regime fascista, que queiram conhecer, o que foi o processo libertador do 25 de Abril e as suas realizações, quais foram as formas de que se revestiu a contra-revolução capitalista que tem conduzido o nosso país à ruina, à miséria dos trabalhadores e do povo, à perda da nossa soberania e independência nacionais.
Que no conjunto da sua fecunda obra teórica encontramos o inestimável contributo e identificação de Álvaro Cunhal com o PCP, o seu projecto e características, tendo Joaquim Almeida identificado as seis características que o homenageado considerava como fundamentais da identidade de um partido comunista, tenha este ou outro nome, considerando o respeito e prática destas características como um dos factores principais que explicam a história dos 92 anos de resistência e de luta do PCP.
Disse que Álvaro Cunhal podia ter sido muita coisa na vida mas escolheu ser comunista. Que desde de cedo fez uma opção de classe pelos direitos dos trabalhadores e a sua causa emancipadora, assumiu uma vida dedicada aos interesses dos explorados e oprimidos, recusando sempre vantagens e/ou privilégios pessoais, que estávamos a homenagear aquele que foi indiscutivelmente um dos mais consequentes lutadores pela liberdade, a democracia e pelo socialismo!
Lembrou um outro facto, que considerou nem sempre devidamente valorizado, que foi também a grande atenção que Álvaro Cunhal dedicou às questões da organização dos trabalhadores e de um forte movimento sindical unitário, de classe, de massas, democrático e independente.
Lembrou que no plano institucional, Álvaro Cunhal foi Ministro sem Pasta nos primeiros quatro Governos Provisórios, na coordenação dos ministérios das áreas sociais e que não foi certamente por acaso que nesse período, foram instituídas medidas legais de grande alcance social, como por exemplo, o salário mínimo nacional, a duplicação do abono de família, a criação da pensão social, os 30 dias de férias, o subsídio de férias e de natal, o subsídio de desemprego, direitos que a política de direita desenvolvidamais de 30 anos está a destruir ou a pôr em causa.
Sublinhou que nas lutas que temos pela frente - embora num contexto laboral e político diferente - os contributos e obra de Álvaro Cunhal, bem como as orientações gerais do PCP, para a luta, mantêm plena actualidade.
Disse que era necessário prosseguir e intensificar a luta:
- Pela demissão do governo;
- Contra o chamado Programa de Assistência Financeira - um verdadeiro Pacto de Agressão dirigido contra os trabalhadores, contra o povo e contra o País - subscrito pelo PS, PSD e CDS, com o apoio do Presidente da República.
- Por uma política que valorize o trabalho, a efectivação dos direitos sociais e as funções sociais do Estado. Isso será possível com uma alternativa política patriótica e de esquerda, como defende o PCP;
- Que em termos de futuro, que é inseparável da luta pelo presente, há que continuar no caminho da construção de uma sociedade humana e justa, sem exploradores nem explorados, que pode ser assegurada por uma sociedade socialista, pela qual Álvaro Cunhal sempre lutou.

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