Estarão expostos 60 desenhos inéditos de Álvaro Cunhal no Espaço das artes plásticas da Festa do Avante!
Facetas desconhecidas da obra de Álvaro Cunhal
Este ano, para além da bienal, o espaço das artes plásticas da Festa do Avante! revela desenhos e pinturas inéditos de Álvaro Cunhal, produzidos em diversas fases da sua vida.
Serão cerca de 60 os desenhos inéditos de Álvaro Cunhal patentes nesse espaço: destes, quatro são desenhos infantis, mais duas dezenas de outros, feitos entre os anos 20 e os anos 30. A maioria é da prisão, na qual Álvaro Cunhal passou toda a década de 50. Completam o espólio a apresentar na Festa do Avante! os seis desenhos inéditos e os originais das pinturas que estiveram expostos na exposição evocativa que esteve patente no Pátio da Galé, em Lisboa, entre 27 de Abril e 2 de Junho.Francisco Palma, artista plástico e membro da Comissão das Artes Plásticas da Festa do Avante!, explica que entre os desenhos inéditos expostos estarão representações de diversos aspectos da vida na cadeia, cartoons, auto-retratos, paisagens e gravuras abstractas e geométricas, algumas só com linhas e outras recorrendo a texturas. «Muitos destes desenhos estão totalmente fora do neo-realismo», revelou Francisco Palma, ao mesmo tempo que levanta um pouco mais do véu: uma muito presente faceta humorística, a fazer lembrar o famoso caricaturista português Stuart Carvalhais.
Como salientou Francisco Palma, esta mostra será uma oportunidade mais para conhecer a personalidade multifacetada de Álvaro Cunhal e muitos dos desenhos que produziu como forma de resistência à prisão e ao isolamento. Todos estes desenhos encontravam-se nos espólios de diversas pessoas e instituições e serão vistos pela primeira vez na Festa do Avante!. Num ecrã táctil serão mostradas cerca de meia centena de produções de Álvaro Cunhal.
É ano de bienal
Outra iniciativa que certamente despertará a atenção dos visitantes da Festa (como aliás sempre acontece) é a XVIII edição da Bienal de Artes Plásticas. Filomena Tavares, da comissão organizadora, realça a elevada participação de artistas e obras: mais de 100 autores e cerca de 250 obras das mais diversas expressões (pintura, escultura, desenho, fotografia, instalação, vídeo, assemblage). Precisamente hoje terá lugar uma primeira reunião do júri – composto pelo crítico Carlos Vidal, o artista plástico Pedro Pousada e os membros da comissão organizadora Francisco Palma e Carolina Mega, ambos artistas plásticos – a quem caberá a selecção das obras a apresentar na Festa. Entre os concorrentes está um artista cubano.
Será editado um catálogo da exposição, contendo imagens de todas as obras seleccionadas para a Bienal e um texto de Manuel Gusmão sobre a arte e a estética na obra de Álvaro Cunhal.
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