«Álvaro Cunhal é uma personalidade marcante, em Portugal e no mundo

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Álvaro Cunhal homenageado em Setúbal

Álvaro Cunhal homenageado em Setúbal
Antigo dirigente comunista integra toponímia da cidade

Álvaro Cunhal é homenageado em Setúbal com a integração do nome do antigo dirigente comunista na toponímia da cidade, após a aprovação da Câmara Municipal da proposta apresentada na reunião pública ordinária realizada ontem à tarde.

A futura Avenida Álvaro Cunhal, localizada na freguesia de S. Sebastião, ficará delimitada pela Estrada Nacional 10 ao Alto da Guerra e a confluência da A12 com as avenidas Antero de Quental e Pedro Álvares Cabral.

Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu em Coimbra, a 10 de novembro de 1913 e faleceu em Lisboa, a 13 de junho de 2005.

Filho de Avelino Cunhal, conhecido advogado de Seia, e de Mercedes Barreirinhas Cunhal, foi, além de destacado dirigente comunista, também escritor, artista plástico, intelectual e ensaísta.

Aderiu ao Partido Comunista Português em 1931, com apenas 17 anos.

Em 1934 foi eleito representante dos estudantes no Senado da Universidade de Lisboa. No ano seguinte é eleito secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas e, em 1936, integra, pela primeira vez, o Comité Central do PCP.

Em 1940, escoltado pela PIDE, defendeu na Faculdade de Direito a tese de licenciatura sobre a temática do aborto e da sua despenalização, trabalho em que obteve a nota de 16 valores atribuída por um júri presidido por Marcelo Caetano.

Em 1960 evade-se, com outros presos políticos, todos destacados quadros do PCP, da prisão de Peniche, onde estava encarcerado desde 1949, numa operação marcada por minucioso planeamento e grande ousadia.

Apesar das difíceis condições dos cárceres do regime salazarista, o antigo líder do PCP consegue dedicar-se à pintura, ao estudo e à leitura e é neste período que faz uma das mais conhecidas traduções e ilustrações da obra “Rei Lear”, de Shakespeare.

Em 1961 é eleito secretário-geral do PCP, cargo que ocupa até 1992.

Na extensa obra literária publicada sob o pseudónimo Manuel Tiago, que apenas revelou em 1995, destaca-se o romance “Até Amanhã Camaradas”.

Foi ministro sem pasta nos primeiro, segundo, terceiro e quarto governos provisórios depois do 25 de Abril, deputado na Assembleia da República entre 1975 e 1992 e membro do Conselho de Estado entre 1982 e 1992.

A proposta votada ontem pela Autarquia seguiu-se à aprovação da Comissão Municipal de Toponímia, em reunião realizada a 18 de abril.
 

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