Faleceu na passada quinta feira, 10 de dezembro, aos 88 anos, Maria Eugénia Cunhal, militante comunista, com uma vida dedicada à luta contra o fascismo, pela liberdade, contra a exploração capitalista, pela democracia, pela paz, o socialismo e o comunismo.
Nascida a 17 de Janeiro de 1927 em Lisboa, foi professora de inglês, tradutora, jornalista e escritora, filha de Mercedes e Avelino Cunhal, e irmã de Álvaro Cunhal, desde sempre conviveu com a luta antifascista e com os ideais da liberdade e da democracia, cedo conheceu a realidade da repressão fascista, com apenas dez anos visita o seu irmão Álvaro Cunhal na prisão.
Maria Eugénia Cunhal foi presa pela PIDE com 18 anos, e foi várias vezes detida para interrogatórios, quando o seu irmão Álvaro Cunhal se encontrava na clandestinidade.
Quando questionada sobre quando abraçou o ideal comunista, respondeu “É difícil dizer. Porque, no fundo, acho que sempre fui comunista, desde que tenho cabeça para pensar. Mas muito cedo, a minha opção foi tomada muito cedo, sem dúvida nenhuma.”
Maria Eugénia Cunhal é autora das obras O Silêncio do Vidro (1962), a História de Um Condenado à Morte (1983), As Mãos e o Gesto (2000), Relva Verde Para Cláudio (2003) e Escrita de Esferográfica (2008).
Publicou entre 1947 e 1951, na revista Vértice, vários poemas com o pseudónimo de «Maria André».
Fez a primeira tradução portuguesa dos contos de Tchekov, Os Tzibukine (1963).
Actualmente estava organizada no Sector Intelectual-Artes e Letras da Organização Regional de Lisboa do PCP.
Modesta, discreta, dedicada, fraterna, Maria Eugénia Cunhal deixa-nos o seu exemplo de verticalidade e firmeza de carácter, o amor aos outros, o interesse pelo ser humano, contra a exploração, contra a desigualdade.
Adaptado da nota do Secretariado do Comité Central do PCP
Em julho de 2013, publicámos aqui uma entrevista com Eugénia Cunhal
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