Nas leituras das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal, a passagem pelos anos (e muitos foram, 8!) na Cadeia Penitenciária de Lisboa é impressionante.
Diz Álvaro Cunhal que «o que me salvou foi o trabalho», e essas páginas, além do trabalho que a tradução de Rei Lear, os Desenhos da Prisão, e tanta e tanta outra coisa documentam, ilustram a sua luta quotidiana para não se deixar abater, mantendo uma postura quase desconcertante (e que teria sido para os carcereiros...) de enorme dignidade, de exigência reivindicativa fundamentada, de protesto veemente e sempre correcto, de vigilância, antes de tudo, sobre si próprio.
E de humor, de alegria de viver, de confiança. Naquelas condições!
Neste dia 25 de Maio, reproduzem-se duas páginas com uma exposição de 25 de Maio de 1956, a exemplo de dezenas que a edição de Obras Escolhidas felizmente guarda. Como verdadeiras lições para a luta quotidiana e para quotidianos de luta. Em quaisquer condições.
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