«Álvaro Cunhal é uma personalidade marcante, em Portugal e no mundo

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Conferência de Maria Alzira Seixo

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Barreiro - Conferência 
«A Estética de Álvaro Cunhal 
e o Neorrealismo»
Maria Alzira Seixo
«Um homem com visão 
baseada no estudo e inteligência»

Barreiro - Conferência «A Estética de Álvaro Cunhal e o Neorrealismo»<br>
«Um homem com visão baseada no estudo e inteligência»
No decorrer da Conferência “A Estética de Álvaro Cunhal e o Neorrealismo”, Maria Alzira Seixo, salientou que “Cunhal é um grande escritor”, com “economia de narração” e “espantoso a escrever sobre a mulher” . 

“A grande qualidade de Cunhal é que é um homem com uma frase magnifica”, com uma escrita – “ bem estruturada”, e “com nervo”, referiu Maria Alzira Seixo.

No âmbito das Comemorações do Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal, no Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro decorreu a Conferência “A Estética de Álvaro Cunhal e o Neorrealismo”, que contou com a participação de Maria Alzira Seixo.
Carla Marina, da Direcção da Cooperativa Cultural Popular Barreirense, apresentou a convidada e referiu que Álvaro Cunha era “uma figura singular”, um homem com “uma vasta cultura humanista construída pelo estudo e pela reflexão”.

Para nós ele era o Ti’Álvaro

Maria Alzira Seixo, Professora Catedrática de Literatura, cidadã «Barreiro Reconhecido», começou por salientar que – “o maior gosto que tenho em estar aqui hoje é falar da figura de Álvaro Cunhal” que considerou ser uma “personalidade controversa” que é “amada por uns” e “odiada por outros” e “marcou a nossa história”.
Recordou que um “grupo cultural e ideológico” que integrou – “para nós ele era o Ti’Álvaro”, um homem de muito “rigor”, “capacidade” e “uma imensa ternura”.
“É com muito gosto que aqui estou para falar do Ti’Álvaro” – sublinhou.

Um homem com visão baseada no estudo e inteligência

Maria Alzira Seixo, sublinhou que Álvaro Cunha, Secretário Geral do PCP, era um “militante, activista, doutrinador e pensador”, cuja criatividade, estética e construção da história era – “feito por alguém ligado à praxis”.
“Um homem com visão baseada no estudo e inteligência” – acrescentando que tinha “bagagem teórica” e “capacidade de dar a volta sobre qualquer questão”, falando com “agudeza” e sendo “acutilante”
Na sua intervenção referiu o contexto histórico da evolução das ideias no século XIX e XX, desde o surgimento da figura de Karl Marx, a Revolução Russa, assim como o desenvolvimento tecnológico com a invenção da máquina a vapor e a descoberta da electricidade.

“Até amanhã, camaradas” a “Bíblia do PC”

Comentado a obra “Até amanhã, camaradas”, de Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal, sublinhou que esta obra é – “a Bíblia do PC”.
Recordou que antes de ler a obra - “pensei que era um livro insuportável” – mas depois descobriu, na sua leitura como – “é a vivência humana de vários personagens” que traduzem como “ser uma pessoa” é – “ser o ideal que partido precisa deles”.
Uma obra que dá - “a conhecer o coração da vida partidária”, num caminho marcado de “sofrimento” onde os sentimentos estão expressos na “camada mais vasta que é o partido”, numa acção que se reflectia em três palavras de acção – “calma, cuidado e pontualidade”.
Uma obra que demonstra como – “o PCP deu muita força para se chegar ao 25 de Abril”.

Cunhal não se separa do stalinismo

Maria Alzira Seixo, sublinhou a importância do movimento neo-realista, que transcendeu a ideologia, mas que “coincidia com a ideologia marxista-leninista”, cujo objectivo era lutar por – “dar melhores condições de vida aos operários e camponeses”.
Salientou que Álvaro Cunhal participou no movimento neo-realista e recordou Alves Redol, por quem afirmou – “uma admiração profunda”, Manuel da Fonseca, Mário Dionisio, que travou polémica com Cunhal e saíu do PCP – “queriam a mesma coisa o que os separava era bem pouco”.
“O nó da disputa do neo-realismo” referiu Maria Alzira Seixo focou-se em torno da “doutrina stalinista”, que levou alguns a “abandonar o PCP”.
“Cunhal não se separa do stalinismo” – sublinhou, acrescentando que – “nunca dá o braço a torcer”, porque – “sempre sobrepõe o conteúdo à forma” e defende que – “o importante é o que a obra diz e não a forma como o diz”.

Cunhal é um grande escritor

“Escrever não é traduzir o que se vive para o papel” – salientou Maria Alzira Seixo, acrescentando que – “para ser literatura tem que ser arte”.
“A grande qualidade de Cunhal é que é um homem com uma frase magnifica”, com uma escrita – “ bem estruturada”, e “com nervo”.
Na sua apresentação recordou diversas obras de Álvaro Cunhal, sublinhando que a sua escrita demonstra que era um profundo conhecedor dos clássicos – “Cunhal é um grande escritor”, com “economia de narração” e “espantoso a escrever sobre a mulher” .
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